No próximo dia 25, às 9h, será realizada na Assembleia Legislativa de Roraima, uma audiência pública para discutir a prevenção do suicídio. O evento é parte da programação do Setembro Amarelo, que tem como objetivo discutir ações que reduzam os índices no estado de Roraima. O evento será coordenado pelo deputado Evangelista Siqueira (PT), autor da lei estadual que criou a Semana de Valorização da Vida e Combate ao Suicídio.
“Virou epidemia mundial e caso de saúde pública, portanto temos que falar sobre o tema. Este é o segundo ano que a Assembleia juntamente com outras instituições, realiza o Setembro Amarelo, e para nós é algo gratificante poder falar sobre este assunto, pois somos o 2º Estado brasileiro no ranking nacional de mortes por suicídio e isso é preocupante”, alertou.
O parlamentar disse ainda que foram convidadas autoridades municipais, estaduais, federais e organizações não governamentais, além de toda a sociedade, uma vez que o evento é aberto ao público. “Nesta audiência vamos fazer indicativos para poder público sobre ações que podem ser realizadas e transformadas em políticas de prevenção. Temos ainda pessoas que estão se disponibilizando para falar sobre dramas, e contribuir com os debates no sentido de mostrar para todos como enfrentaram e como venceram os momentos difíceis. Isso é para fortalecer a ideia de que o diálogo pode acabar com esse mal e que existem outras saídas e possibilidades que não sejam a morte”, detalhou o parlamentar.
SOBRE – Na justificativa para a realização para a audiência pública, o deputado explica que as causas que motivam uma pessoa a se suicidar não se limitam apenas a distúrbios psiquiátricos, que representam 10% dos casos, e a depressão, correspondente a 15%. Existem outros fatores que precisam ser considerados também, como as questões relacionadas a fase da adolescência, idade avançada, solidão e até ausência de espiritualidade.
NACIONAL – Dados inéditos do Ministério da Saúde divulgados nesta quinta-feira, 21, apontam que o suicídio é a quarta causa de morte entre jovens no país. Também chamam atenção o alto índice entre jovens, principalmente homens, e indígenas. Outro alerta é a alta taxa de suicídio entre idosos com mais de 70 anos. Nessa faixa etária, foi registrada média de 8,9 mortes por 100 mil nos últimos seis anos.
O diagnóstico inédito vai orientar a expansão e qualificação da assistência em saúde mental no país. O estudo foi realizado em alusão ao Setembro Amarelo, mês de conscientização sobre a importância da prevenção do suicídio. O diagnóstico registrou entre 2011 e 2016, 62.804 mortes por suicídio, a maioria (62%) por enforcamento. Os homens concretizaram o ato mais do que as mulheres, correspondendo a 79% do total de óbitos registrados. Os solteiros, viúvos e divorciados, foram os que mais morreram por suicídio (60,4%). Na comparação entre raça/cor, a maior incidência é na população indígena. A taxa de mortalidade entre os índios é quase três vezes maior (15,2) do que o registrado entre os brancos (5,9) e negros (4,7).
Entre os jovens de 15 a 29 anos, o suicídio é maior entre os homens, cuja taxa é de 9 mortes por 100 mil habitantes. Entre as mulheres, o índice é quase quatro vezes menor (2,4 por 100 mil). Na população indígena, a faixa etária de 10 a 19 anos concentra 44,8% dos óbitos. O diagnóstico inédito vai orientar a expansão e qualificação da assistência em saúde mental no país.
Tarsira Rodrigues